sábado, 21 de junho de 2014

Impressões

                                                        
Depois de um longo tempo, volto a escrever no blog. O assunto que me traz aqui são minhas impressões sobre a acessibilidade do novo estádio do Corinthians, próximo ao Metrô Itaquera, na zona leste de São Paulo.



Lembro que quando o Brasil foi escolhido para sediar a Copa do Mundo de 2014, fiz com dois amigos do trabalho um pacto, iríamos assistir pelo menos um jogo. O tempo foi passando, as polemicas sobre as construções dos estádios aumentaram na mídia e as dúvidas surgiam na imprensa todos os dias. O estádio do Corinthians sai ou não sai? A abertura da Copa será em São Paulo? Enfim, os estádios da Copa ficaram prontos.

Assim que a Fifa abriu sua página na internet para as vendas dos ingressos, me inscrevi e fui premiado. Achei que havia comprado um ingresso. No dia em fui busca-lo no Ginásio do Ibirapuera, qual não foi minha surpresa! Não era um ingresso, más sim quatro. E com um acompanhante para cada jogo!

Fiquei feliz com a surpresa e convidei cada um dos meus três filhos e um amigo para ir comigo ver os jogos. Na quinta feira, dia 19-6-2014, fui assistir Uruguai e Inglaterra. Fui de metrô.

Assim que desci na estação já havia uma voluntaria que me conduziu até o elevador, fui informado que haveria uma Van do Atende que nos levariam até a porta do estádio. Voluntários nos informava a todo tempo pra onde deveríamos seguir. Tudo plano e com muita tranquilidade até nossos lugares.
Bem localizado e sinalizado, outros cadeirantes também foram chegando. Nossas impressões foram as melhores possíveis. Espero que após a Copa esse padrão de atendimento se espalhe por todo Brasil em todos os eventos, sejam eles esportivos ou não.

Tenho ainda mais três jogos para assistir e espero m e divertir muito.

Até o próximo texto.
 

sábado, 9 de novembro de 2013

O Prazer do Sexo Anal


Como penetrar no ânus de sua parceira

Postado em 15 de setembro de 2013 por sexlecciones

O sexo anal é uma das práticas sexuais mais prazerosas para os homens. A estreiteza do ano proporciona mais atrito durante a relação sexual , o que se torna um grande estimulante , por isso muitos casais são encorajados a experimentar e desfrutar de todos os benefícios deste tipo de evento.

Mas o sexo anal não é igual a penetração vaginal , existem cuidados diferentes e dicas que você precisa para colocar em prática para o benefício de ambos. Ele unComo.com desta vez, vamos focar os meninos, para descobrir como uma menina penetrar no ânus e dar o máximo prazer.

instruções

É importante que em cada encontro sexual tanto aproveitar , porque o sexo é dois. Portanto, você deve pensar sobre a sua menina e dar-lhe prazer durante a relação sexual anal. Para isso, é essencial seguir algumas recomendações , assim, a dor eo desconforto não vai apresentar e ambos irão desfrutar desta experiência .

Como em qualquer relação sexual é muito importante que a sua menina vai acordar e se sentir confortável com a idéia de sexo anal. Se você seguir todas as sugestões , este tipo de evento vai gerar muito prazer para ambos de modo que não há nada a temer.



A primeira coisa que você deve saber é que a vagina, o ânus é uma porcaria , enquanto ejetado. A vagina é concebido para lubrificar e dilatam de forma diferente para o ânus não lubrifica naturalmente. Isso torna necessário o uso de lubrificante pessoal para a penetração anal e entrar suavemente o pénis sem causar desconforto para a sua menina .

O sexo anal requer tempo . Este aspecto é muito importante e você não deve esquecer . Assim, se ambos estão com pressa , é um bom momento para o sexo anal.

Para garantir a satisfação de iniciar sua menina estimular suas zonas erógenas com os jogos anteriores, é muito importante que eles são animado .

Como você praticar sexo oral ou masturbar sua namorada antes da penetração vaginal, é muito importante para estimular o ânus antes da penetração , e se preparar para entrar no pênis. O ânus dilatam para melhor , por exemplo , se antes de usar o dedo para jogar, e isso vai ajudar sua filha a relaxar e se preparar para desfrutar.

Uma vez que ambos são animado e pronto para a penetração , você deve aplicar o lubrificante na entrada do ânus e em seu pênis , que antes deve colocar um preservativo para o sexo anal , se você quer protegê-lo corretamente.

Confira quais são as melhores posições para a penetração anal e escolher aquele em que você ambos, especialmente a sua garota se sentir confortável. Ao entrar você vai fazê-lo lentamente e de forma muito lenta , é importante entender que, normalmente, o pênis não se encaixar totalmente no ano , por isso não as forças de penetração ou causar dor a sua menina .

Uma vez lá dentro , é hora de iniciar o sexo . O movimento no sexo anal é muito mais suave e cuidadoso do que o sexo vaginal. Mais uma vez é bom lembrar que o ânus ea vagina são diferentes, então você não deve ir em um ritmo rápido ou usar força excessiva penetração anal . Quando você pratica sexo anal , muitas vezes pode , possivelmente, aumentar o ritmo , mas agora deve ir sem problemas.

Muitas mulheres temem a dor durante o sexo anal , por que existem vários produtos que ajudam a preveni-la. No entanto, a melhor maneira é ser delicado , excitar sua garota penetrar corretamente e sem problemas de modo que ambos clímax alcançar. Se você for muito rápido ou muito duro você não pode ser uma experiência agradável para ela.

Não se esqueça de continuar a estimular a sua menina enquanto você penetrá-la no ânus . Você pode tocar o clitóris ou os seios e torná -los a alcançar maior prazer. Se você seguir estas dicas tanto gosta de sexo anal se tornar uma experiência agradável para ambos.

fonte uncomo.com

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Mais um gol no Museu do Futebol


Museu do Futebol, instituição da Secretaria da Cultura, acaba de marcar mais um gol no que se refere à inclusão social. O Catálogo do Programa de Acessibilidade da instituição, lançado nesta semana, integra as ações do museu de aprimoramento contínuo para facilitar o acesso, interação e a apreensão de seu conteúdo por pessoas com deficiência em diversos níveis. Com reprodução em letras maiores, tradução em braile e imagens com textura e em relevo de resina, as 100 páginas da publicação reforçam o conceito de que a acessibilidade vai muito além da mobilidade física: busca facilitar a comunicação e levá-la ao alcance de todos.

A iniciativa, que tem apoio da Secretaria dos Direitos da Pessoa com Deficiência, prevê a distribuição inicial de 2 mil exemplares em instituições sociais, museus e bibliotecas. Além disso, o catálogo será apresentado ao público visitante por meio das atividades desenvolvidas pela equipe do Núcleo Educativo do museu. Na puiblicação, o leitor encontra informações sobre as atrações oferecidas em cada sala, material que pode ser conferido também no CD de áudio, encartado no livro. O acervo do museu conta a história do futebol nacional e sua relação com o imaginário social e cultural do povo brasileiro.

O medalhista paralímpico, vice-presidente e secretário-geral do Comitê Paralímpico Brasileiro,
Mizael Conrado, avalia que a ação coloca a instituição em posição de vanguarda, ao oferecer aos visitantes com deficiência as mesmaspossibilidades que aos demais.

“Doei minhas duas medalhas de ouro para o Museu do Futebol, porque aqui certamente elas
darão condições ao público de conhecer um pouco mais sobre o futebol de cegos”.
Convivência – Para José Vicente dePaula, deficiente visual, é de grande importância que instituições culturais conheçam as necessidades e interesses de públicos diversos e saibam como tratar essas pessoas. Ele é ex-residente do programa Deficiente Residente, ação educativa do Programa de Acessibilidade ao Museu do Futebol (Pamf). Criado em 2010, tem como principal objetivo a troca de experiências a respeito de novas possibilidades de acessibilidade, por meio do trabalho conjunto e diário entre a equipe do Núcleo Educativo e dois residentes com deficiência.

O trabalho favorece a discussão de melhorias no contato diário com os visitantes deficientes e assegura confiança na condução das visitas. Formas de abordagem e maneiras de conduzir um deficiente pelos espaços do museu de acordo com sua dificuldade são alguns dos temas tratados. Já passaram pelo programa pessoas com diferentes níveis de deficiência, como cegos, pessoas com comprometimento intelectual e surdos. “Aprendemos, sobretudo, a perder o receio de lidar
com os outros só porque são diferentes. Dessa forma, podemos oferecer- lhes melhor atendimento”, ressalta a educadora Daiana Silva, formada em comunicação visual.

José Vicente aprovou a experiência. Nos três meses que conviveu com a equipe de
educadores, sugeriu e mostrou ações que tornariam a visita mais “funcional e interessante para um cego”. Uma de suas sugestões foi a inclinação dos textos em braile, para facilitar a leitura. “O mais interessante de tudo são os relevos e os bonecos articulados, que exibem os lances com perfeição: a bicicleta, a ponte de um goleiro ou ainda o domínio de bola. Tudo isso é muito abstrato para um deficiente visual. Mas aqui, não tem como não entender, é como se o cego voltasse a enxergar ou enxergasse pela primeira vez. A equipe está de parabéns”, elogia.

(Matéria publicada no Diário Oficial do Estado de São Paulo em 02-02-2013.)

SERVIÇO

Museu do Futebol
Praça Charles Miller, s/n° – Estádio do Pacaembu – SP. Telefone (11) 3664-3848
De terça-feira a domingo, das 9 às 17 horas. Ingressos: R$ 6 e R$ 3 (meia-entrada)
Entrada franca para pessoas com deficiência, crianças até 7 anos e professores da rede
pública. Às quintas-feiras, o ingresso é gratuito para todos os visitantes.

Roseane Barreiros
Da Agência Imprensa Oficial

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Melhores práticas inclusivas

Secretaria dos Direitos da Pessoa com Deficiência de São Paulo premia entidades que desenvolveram práticas inclusivas que se destacaram em 2012

Entidades que trabalham a favor das pessoas com deficiência tiveram seus projetos reconhecidos no 3º Prêmio Ações Inclusivas para Pessoas com Deficiência (edição 2012), da Secretaria dos Direitos da Pessoa com Deficiência. Nesta edição, ocorrida na semana passada,


foram inscritos representantes da gestão pública e de instituições não governamentais sem fins lucrativos de todo o Estado. De acordo com os critérios estabelecidos no regulamento do prêmio, 30 ações finalistas receberam certificado de participação e foram selecionadas. As dez melhores práticas inclusivas ganharam troféu, placa de menção honrosa, divulgação na impressa e no site da secretaria.

O Brasil tem cerca de 45 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência, e somente no Estado de São Paulo esse número ultrapassa 9 milhões. De acordo com a pasta, o prêmio visa ao reconhecimento público, à promoção e difusão de práticas bem-sucedidas, adotadas por instituições públicas e privadas, voltadas à inclusão social, à defesa de direitos e à cidadania da pessoa com deficiência. E que possam ser replicadas como referência em outras localidades do Estado e do País.



Personalidades do ano



Foram 140 projetos inscritos, dos quais 38 saíram finalistas. Desses, foram premiadas as dez melhores práticas inclusivas do Estado: cinco governamentais e cinco não governamentais.

Concorreram ao prêmio práticas inclusivas realizadas nos municípios de Barueri, Bauru, Bertioga, Campinas, Capuava, Caraguatatuba, Jundiaí, Lençóis Paulista, Limeira, Lorena, Peruíbe, Piracicaba, Ribeirão Preto, Santos, São Caetano do Sul, São José dos Campos, São José do Rio Preto, capital, Sorocaba e em outras cidadespaulistas.

Os promotores de Justiça Julio Cesar Botelho e Lauro Luiz Gomes Ribeiro foram reconhecidos como personalidades do ano 2012 na área de defesa dos direitos e inclusão

da pessoa com deficiência.

Nas categorias menção honrosa e governamental, o prêmio foi para duas entidades estaduais. O primeiro para a Secretaria do Emprego e Relações do Trabalho, com o Programa de Apoio à

Pessoa com Deficiência (Padef), criado em 1995. O projeto visa a ajudar essas pessoas a conseguir uma colocação no mercado de trabalho. Até hoje, mais de 12 mil delas estão empregadas graças à atuação do programa.

E o segundo foi para o Laboratório de Acessibilidade – Biblioteca Central Cesar

Lattes (LAB), da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).



Destaque – Inaugurado em dezembro de 2002, tem como intuito garantir aos alunos com deficiência o direito de realizar seus estudos de nível superior em ambientes inclusivos de ensino e aprendizagem. O LAB comporta pequeno acervo de livros em braile e de audiolivros, em MP3 e em formato Daisy, bem como obras de referência em mídia digital, como dicionários, tradutores, entre outras.

Na categoria destaque, o projeto Atendimento ao Cidadão em Situação de Emergência, do Centro de Processamento de Dados da Polícia Militar do Estado, foi um dos vitoriosos. “É a primeira vez que participamos”, diz entusiasmado o major Francisco Cangerana. Por meio de SMS (celular), a pessoa surda pode solicitar os serviços de emergência, quer do policiamento, quer dos bombeiros, utilizando esse recurso sem custos e – o melhor – sem

intermediários, diz.

Ainda na categoria destaque, o município de Caraguatatuba conquistou o prêmio com o projeto Caraguá Acessível:

Construindo Espaços Inclusivos. De acordo com a Secretaria Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência (SMDPD) o projeto une seis pontos turísticos que beneficiam o lazer por meio de uma rota acessível, incluindo recursos adaptados e construções conforme o “desenho universal”, possibilitando o acesso, a mobilidade e a participação desse contingente de pessoas

com as demais da cidade.

A iniciativa é resultante de parceria entre a equipe interdisciplinar da SMDPD de Caraguá com as secretarias de Trânsito e de Obras, além de associações da sociedade civil, conselhos, pessoas com deficiências, mobilidade reduzida e de idosos.

Maria Lúcia Zanelli

Da Agência Imprensa Oficial



quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Transporte público e acessibilidade



Trânsito caótico em São Paulo. Sete milhões de carros. Toda metrópole necessita de uma grande e eficaz rede de transporte público. Com preços altos para comprar carros adaptados, ou até para adaptar os carros, o transporte público acaba sendo uma alternativa para as pessoas com deficiência.


Ronaldo Garcia, funcionário público do Tribunal militar utiliza transporte público em São Paulo, mas deixou de utilizar ônibus, por não atender suas necessidades. “Utilizo o metrô quase todos os dias, só não o faço em dia de chuva. Aí vou com minha própria condução. O metrô me trouxe uma independência enorme, com ele vou pra todo lugar em Sampa”, argumenta.

Além de dar autonomia, o metrô é apontado como um dos veículos mais rápidos, já que funciona no subterrâneo. Um problema encontrado é a acessibilidade, pois a falta de elevadores dificulta o acesso das pessoas com deficiência.

Mas Ronaldo explica que, mesmo nas estações não adaptadas, é bem tratado. “Quase todas as estações têm elevadores, e as que não possuem os funcionários dão a maior força. São treinados para isso”.

Em 2010, o metrô de São Paulo entregou dez plataformas elevatórias verticais (PEVS), uma versão simplificada dos elevadores comuns em estações diferentes como Jabaquara, Conceição, Santa Cruz, Ana Rosa e Liberdade e um elevador comum na Estação Sé.




Segundo site do metrô, 28 estações têm elevadores de acesso da rua à estação, quase todas tem elevadores até a plataforma, menos Santo Amaro (Lilás), Consolação (Verde), São Bento sentido Jabaquara (Azul).

Quanto aos outros transportes, Ronaldo afirma que algumas vezes os motoristas não param em qualquer ponto. “As vans que trabalham no Serviço de Atendimento Especial (Atende), da Prefeitura de São Paulo são gratuitas, mas são poucas e acabam deixando muita gente que precisa fora do atendimento.”



Prazo adequação

O prazo para adequação de toda frota urbana e infra-estrutura é até 2 de dezembro de 2014, segundo a cartilha Acessibilidade nos Municípios. Caso as empresas não garantam a acessibilidade, as multas devem ser aplicadas pelo município no valor de R$500 a R$2.500, por veículo da empresa que não atender as condições exigidas.

Transporte Gratuito

O Bilhete Único Especial da Pessoa com Deficiência garante o transporte gratuito nos veículos públicos municipais (ônibus, micro-ônibus) e metropolitanos (Metrô e CPTM). Pessoas com deficiência física, intelectual, auditiva ou visual, residentes na cidade ou na região metropolitana de São Paulo podem utilizar.

“Já começam a surgir serviços de taxi e vans especializadas nesta área. Você liga, marca hora, e te levam e te buscam. É caro, mas de vez enquanto vale a pena”, finaliza.

Para saber quais estações do metrô estão adaptadas: http://www.metro.sp.gov.br/servicos/deficientes/elevadores.shtml

Mais informações sobre o serviço Atende podem ser obtidas pelo site da SPTrans ou pelo telefone 156 (para a Capital). Ou no site da Mara Gabrilli:

http://www.maragabrilli.com.br/servicos/7-atende-servico-de-atendimento-especial.html

Matéria transcrita do Blog Guia Inclusivo, postado por  em 15-11-2011

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Dia Internacional da Pessoa Deficiente





Hoje comemora-se o Dia Internacional da Pessoa Deficiente e no sábado, dia 1º de dezembro participamos da 9ª Passeata pela Inclusão, promovida pelas Secretarias da Pessoa Deficiente do Estado e do Município de São Paulo e pelo Movimento Superação na Avenida Paulista.



Essa passeata tem como um dos objetivos, chamar a atenção das autoridades sobre as necessidades que esse povo “malacabado” (como diz o amigo e jornalista da Folha Jairo Marque) tem, chamar o deficiente a participar da vida social de sua cidade, se mostrar e mostrar aos outros que existimos e somos capazes.



quarta-feira, 15 de agosto de 2012

A convesa de todo dia

- Oi, bom dia!
- Posso ajudar?
- Não, obrigado, já estou acostumado.
- Não tem medo que a cadeira vire para traz? - Está firme, seguro o corrimão com força.
- Você já caiu alguma vez?
- Sim, várias vezes. A última na estação Consolação. Um tombo feio. Felizmente não me machuquei e também não feri ninguém. Foi um baita susto. - Tenho percebido que existem muitas guias rebaixadas em várias esquinas, isso tem ajudado, não tem?

- Sim, ajudam muito. O maior problema são as calçadas. Cada proprietário faz a sua a seu bel prazer, fica cada uma de um jeito. Tenho por vezes que ir para a rua, corro o risco de ser atropelado, e a maioria está em péssimo estado de conservação. Já quebrei a cadeira mais de uma vez por conta disso, fora alguns tombos.
- E aqui no metrô, tem tido alguma dificuldade? Percebi que se vira bem nas escadas rolantes.
- Os problemas com o metrô começam quando tenho que usa-lo antes das dez da manhã ou entre as 17 e 19 horas. Já mudei meu horário no trabalho por conta disso. Entro as 11 e saio as 19. Assim mesmo tem dias que tenho que ter muita paciência, as plataformas ficam cheias e as pessoas não te respeitam, o melhor é aguardar o fluxo diminuir e esperar, já que estou sentado mesmo.
De vez em quando, as escada rolantes de acesso estão paradas ou é o elevador que está quebrado, vivem em manutenção, quando há alternativa, tudo bem, se não, são os funcionários que tem que dar um jeito, subindo ou descendo as escadas. Certa vez, o metrô parou dentro do túnel, entre as estações Anhangabaú e Sé. Era verão e estava um calor infernal, as pessoas começaram a passar mal, e as portas de emergência foram acionadas, começaram a sair e a andar pela linha. Tive que ser resgatado. Andamos uns bons metros dentro do túnel, os funcionários me equilibrando em um caminho estreito, que mal dava para passar uma pessoa. Foi um perrengue danado.
- E os ônibus? Usa?
- Faz muito tempo que não uso. Tenho relato de amigos que falam que são poucos os ônibus que estão adaptados e os que estão, alguns equipamentos estão quebrados ou os funcionários não sabem operá-los. Sei que até 2014, todos os ônibus da cidade de São Paulo devem ter esse equipamento instalado. Vamos aguardar.
- Até qualquer hora...
- Até...

quarta-feira, 25 de abril de 2012

DEFICIENTE TAMBÉM COMPRA (Provador de roupas adaptado é obrigatório nas lojas) Experimentar roupa antes de comprar pode ser missão quase impossível para quem tem mobilidade reduzida ou é cadeirante. De tão insólito foi o desafio do pai da noiva para provar o terno para o “grande dia” que a mãe, Ana Filomena, registrou os percalços da família em seu blog. Por usar um aparelho ortopédico na perna (sequela de poliomielite), Luiz Fernando precisa de espaço para se trocar, justifica Ana. Mas nem nas grandes lojas encontrou “um mísero provador” adaptado a deficiente físico para ver se a roupa lhe cairia bem, queixa-se. É difícil para ele se trocar em um espaço muito reduzido, comenta. Após inúmeras tentativas frustradas em diversas lojas, Ana passou a olhar a vitrine e ir direto aos provadores para verificar a possibilidade de acomodar o marido antes mesmo de perguntar pelo traje do casamento. “É constrangedor termos de pedir favor para ser atendido. Parece que estamos incomodando”, desabafou. Reclamação como essa é recorrente, “pois ainda faltam acessibilidade e treinamento de funcionários do comércio para atender a pessoa com deficiência de forma adequada, respeitando seus direitos de cidadão e de consumidor”, ressalta Marcelo Vitoriano, gerente nacional de inclusão e capacitação da Associação para Valorização de Pessoas com Deficiência (Avape). “Não adianta termos rampas de acesso, elevadores, banheiros adaptados, se a pessoa com deficiência física não pode provar uma roupa por falta de um provador adaptado. Não existe acessibilidade parcial e sim acessibilidade plena”, completa Vitoriano. Agora, a existência de pelo menos um provador para deficiente é obrigatória em São Paulo graças à Lei nº 14.737, publicada no Diário Oficial, no dia 11 de abril. Desde então, estabelecimento (loja, shopping center, hipermercado, supermercado, atacadista) que tem o comércio de roupa como atividade principal está obrigado a oferecerprovador de roupa acessível à população com deficiência. Cadeira firme e segura – “A lei procura garantir ao cidadão que tem alguma deficiência física ou mobilidade reduzida o pleno acesso aos estabelecimentos, fato que até hoje não era realidade no comércio em geral”, observa Vitoriano. Argumenta que a nova lei “responde ao artigo 9 da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, da ONU, da qual o Brasil é signatário, que cita a acessibilidade como direito de as pessoas viverem de forma independente, participando de todos os aspectos da vida”. As andanças levaram a família à exaustão, mas teve final feliz depois de encontrar loja com provador mais espaçoso e atendente prestativo e disposto a ajudar, escreve a blogueira. O vendedor providenciou cadeira firme e segura para o pai da noiva se sentar e apoiar a perna. Finalmente, mesmo ficando meio desconfortável, Fernando conseguiu experimentar o terno preto que usaria para levar a filha ao altar. “Como podem tantas lojas maravilhosas ser tão despreparadas para acolher cliente deficiente? Deficiente físico não precisa experimentar roupas? Não tem direito à privacidade? Como seria se fosse cadeirante?”, questiona a mãe da noiva. Pelo texto da lei, ainda não está definido como será o provador adaptado, qual é o prazo para o lojista fazer a instalação e se haverá punição ao descumprimento legal. A principal dificuldade para o estabelecimento cumprir a nova legislação pode ser o espaço necessário para a adaptação do provador, explica a engenheira Sanrlei Polini, diretora da Soluções Consultoria. “Para novos estabelecimentos, é mais fácil porque entraria ainda no projeto. Já a adequação requer estudo da área para viabilizar o novo equipamento ou reformar um existente”. Fim da saia justa – Pelos cálculos da engenheira, o custo estimado é de 10% a 20% mais caro do que uma instalação convencional. “A Avape, pela extensa experiência na criação de projetos de acessibilidade, entende que algumas normatizações para esta questão ainda são necessárias. Entretanto, a NBR 9050 oferece excelentes parâmetros para serem adotados como referência para esta questão”, destaca Vitoriano. Diz que a associação está aberta à possibilidade de colaborar na regulamentação da lei. “Podemos estimular as pessoas a consumirem em estabelecimentos que respeitem esta importante legislação. Também propor discussão nacional para que esta legislação seja estendida a todos os Estados da federação já que, teoricamente, têm o dever de garantir a acessibilidade plena a todas as pessoas. Infelizmente, isto não ocorre por falhas de fiscalização e de pressão popular. São Paulo certamente sai na frente com esta medida de respeito a seus cidadãos”, finaliza o gerente da Avape. Ana diz que a lei pode pôr fim à saia justa vivenciada no casamento da filha e nas ocasiões em que o marido precisa sair às compras. O fim do desconforto e do constrangimento ao comprar roupas pode contribuir para que o marido volte “a ter vontade e mais paciência” para ir às lojas. Por conta dos transtornos recorrentes, a esposa passou a comprar as vestimentas do marido e levar para casa para que ele possa prová-las. “Quase sempre acerto. Mas quando isso não ocorre, é trabalho dobrado”. Pelas estimativas, quase 10% da população brasileira têm algum tipo de deficiência física. Croqui provador adaptado – A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) estabelece, pela NBR 9050, que o provador acessível deve ter entrada com vão livre mínimo de 0,80 centímetros de largura, dimensão interna mínima de 1,20 metro por 0,90 centímetros livre de obstáculos. Quando houver porta no eixo vertical, esta deve abrir para fora por questão de segurança e para não ocupar espaço interno. O corredor de acesso deve ter espaço para manobra de cadeira de rodas. A NBR não pede as barras de apoio circular para provador, mas se for considerado vestiário deverá ter as barras, esclarece a engenheira. Claudeci Martins Da Agência Imprensa Oficial

terça-feira, 20 de março de 2012

Guerra e Paz

Logo após o término da Segunda Guerra Mundial, em outubro de 1945, nos Estados Unidos da América, 51 países assinaram a carta que criava a Organização das Nações Unidas, o Brasil inclusive. O presidente da entidade, solicitou que aos membros da Organização fizessem uma doação de uma obra de arte que representasse seus países.
O Brasil, através de seu presidente, pediu a Cândido Portinari que criasse uma obra para ficar exposta na sede da ONU. E entre os anos de 1952 e 1956 ele pintou as telas, Guerra e Paz. Dois painéis medindo ao todo 280 metros quadrados de superfície. Por ironia do destino, Portinari não chegou a ver a sua obra exposta no ONU, por ser ligado ao Parido Comunista da época, os americanos não o deixaram entrar em seu território.
Estive no Memorial da América Latina para ver a exposição dos painéis Guerra e Paz, que vai até o dia 21 de abril de 2012, e também todos os esboços produzidos para o trabalho. Ficar sabendo que mesmo doente e contrariando recomendações médicas, tinha problemas com as tintas usadas nas telas, levou a cabo sua obra mais importante.
Seu sonho era que não houvesse mais guerras entre as nações, infelizmente, o mundo não vê período de paz a muitos anos.
Carlos Drummond de Andrade escreveu um poema sobre Guerra e Paz que compartilho aqui: A Mão … Entre o cafezal e o sonho/ A mão está sempre compondo/ … A mão sabe a cor da cor/ e com ela veste o nu e o invisível./ … Entre o sonho e o cafezal/ entre guerra e paz/ entre mártires, ofendidos,/ … entre o amor e o ofício/ eis que a mão decide;/ …O que era dor é flor, conhecimento/ plástico do mundo./ … e voa para nunca-mais/ a mão infinita/ a mão-de-olhos-azuis de Candido Portinari.”

segunda-feira, 19 de março de 2012

Pedro Henrique - Um Pequeno Guerreiro

Amigos do blog, quem me acompanha sabe que tenho um sobrinho neto, Pedro Henrique, que nasceu com problemas renais. Os rins não se desenvolveram e Pedrinho ficou na UTI pré-natal durante os sete primeiros meses de vida.
Neste período, tomou muitos remédios para estabilizar a pressão e as possíveis infecções, o que, em tese, pode ter causado sua surdez. Dia 28 de fevereiro, foi seu aniversário de três anos. Neste período, passou por várias cirurgias. A primeira, no inicio de 2011, foi o implante coclear. Em julho do mesmo ano, já se preparando para o transplante de rim, foram feitas várias intervenções cirúrgicas. Sua bexiga não havia se desenvolvido, pois não recebia a urina que deveria ser filtrada pelos rins (teve que ser inflada e preparada para a nova empreitada). Um dos rins, o mais comprometido, foi retirado. Tudo isso, sem contar as inúmeras vezes que teve que reinstalar o catéter por onde eram feitas as hemodiálises diárias e recebia uma parte da alimentação. O desenvolvimento pleno do Pedrinho dependia do transplante.
Em outubro do ano passado, surgiu um doador compatível. Depois da cirurgia foram dias de agonia para os pais e familiares, pois não havia uma resposta satisfatória do seu organismo, mas tudo levava a crer que haveria rejeição – graças a Deus e à Ciência, tudo correu bem. Nestes cinco meses pós-transplante, seu crescimento tem surpreendido. Começou a andar (antes ele deslocava-se arrastando pelo chão), já pode alimentar-se com produtos que contém cálcio (o que antes não podia), seus ossos fortaleceram-se e deram as condições para caminhar. Sempre foi um garoto feliz. Adora passear, estar com as pessoas, vive sorrindo.
Pretendo escrever nesse espaço a cada aniversário do Pedro Henrique e falar do seu desenvolvimento e das suas vitórias.

sábado, 18 de fevereiro de 2012

É Carnaval

Minha relação com o carnaval vem desde criança. Nasci no mesmo bairro da Escola de Samba Nenê de Vila Matilde. Era levado no colo por meus pais para ver os desfiles de blocos e cordões que aconteciam na Vila Esperança, bairro que foi eternizado por Adoniran Barbosa, “Vila Esperança, foi lá que eu passei, o meu primeiro carnaval, Vila Esperança, foi lá que eu conheci Maria Rosa, meu primeiro amor...”. A brincadeira entre a molecada do bairro, baseava-se em molhar uns aos outros e de vez em quando, alguém que estava passando naquele momento, com água colorida, feita da diluição de água com papel de seda, para manchar as roupas temporariamente, que colocávamos em uma “seringa” e espirrávamos nas vítimas, jogar ovos e farinha, isso quando as nossas mães não viam, caso contrario era surra na certa. Foram dias memoráveis. Mesmo não podendo correr atrás da moçada, ficava sentando esperando que alguém viesse me molhar e aí aproveitava e também jogava meu “sangue do diabo”, esse era o nome dessa mistura, na pessoa. Gostava de ficar em cima do muro da casa onde morava e de lá molhar quem passava.
O bairro sempre foi muito carnavalesco, surgiram vários blocos, inclusive um que ajudei a fundar (ou a afundar), chamado “Suvaco de Cobra”, não durou muito, éramos muito desorganizados. A segunda escola de samba do bairro foi a Flor de Vila Dalila. Foi por ela que fiz meu primeiro desfile oficial, quando as escolas de samba. ainda desfilavam na Avenida Tiradentes. Uma experiência impar: desde freqüentar a quadra, aprender a cantar o samba enredo, experimentar a fantasia e, finalmente, entrar na avenida. Rodopiar com a cadeira de rodas em plena Tiradentes, acompanhando a evolução da escola, com a vibração da multidão aplaudindo e cantado: caracas, que emoção! Infelizmente não participei de nenhum outro desfile depois desse.
A escola de samba, Grande Rio, do grupo especial, levará ao Sambódromo, no dia 20 de fevereiro, atletas paraolímpicos para desfilarem, como exemplo de superação, dentro do enredo “Eu acredito em você. E você?”. Contínuo acreditando. Estamos nós, deficientes físicos, cada vez mais integrados e conscientes de nossos direitos e deveres. Um ótimo carnaval a todos os amigos do blog...Fotos Google Com revisão do texto da amiga KGL.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

O meu sentir...

Assistindo a um vídeo da atleta, atriz e ativista americana Aimee Mullins, que nasceu com má formação óssea nas pernas e teve que amputá-las logo abaixo dos joelhos quando tinha apenas um ano de idade. Entre outros assuntos, aborda como as pessoas olham para o deficiente físico. A certa altura do vídeo, diz que uma senhora lhe disse que ela era muito bonita e não parecia ter deficiência alguma. Diz para a plateia: não me sinto deficiente.
Utilizei desse preâmbulo para falar um pouco mais sobre como vejo e sinto a minha deficiência. Sempre fui muito alegre. Amigos e vizinhos de minha família viviam dizendo o quanto era bonito e emendavam: que pena que é “aleijadinho” (nunca gostei de ouvir esse termo). Escutei esse tipo de comentário muitas vezes na minha vida. Foram poucas as vezes que me senti como deficiente, como “coitado” (que palavrinha maldita essa),principalmente quando o assunto eram as garotas, achava que as meninas não queriam nada comigo por ter deficiente. Más essa é outra história e volto a ela em outros textos. Também não usei dessa condição para me favorecer seja de que forma fosse. Lembro que quando tinha uns 12 anos, minha mãe queria que vendesse bilhetes da loteria federal numa esquina do bairro onde morava. Não aceitava e, para me convencer, usavam o argumento que determinada pessoa que tinha uma deficiência “até maior que a minha” não tinha vergonha da profissão. Não era vergonha que sentia. Queria estudar, me formar e assim ter um emprego melhor. Claro que tive e tenho dificuldades, como qualquer outra pessoa, mas não reputo esses, à deficiência. Fiquei alguns anos sem estudar por conta do tratamento no Hospital das Clínicas e isso me incomodava muito. Um dos meus primeiros empregos foi para uma empresa familiar que distribuía carnes bovinas e suínas. Trabalhava no escritório que ficava na residência da família. Um dos irmãos acabara de entrar na faculdade e a irmã, professora em escolas do estado, viviam dizendo que deveria voltar a estudar. Depois de cinco anos voltei a estudar. Quinta série, na mesma escola onde havia terminado o ensino fundamental.
A minha cadeira de rodas nem sempre estava em condições de ser usada, os outros garotos adoravam pegar uma “carona”. Havia uma descida para se chegar à escola e sempre descia pelo menos um amigo na “traseira” da coitada. Assim não tinha cadeira de rodas que agüentasse. Como éramos pobres, as mesmas eram doadas pelo Serviço Social e quando quebravam tinha que levá-la para consertar na bicicletaria perto de casa (e nem sempre tínhamos dinheiro para pagar).
Por esse motivo, para não perder as aulas, usava um carrinho de rolimã, nessa época, era o meio de locomoção que mais utilizava. A cadeira de rodas era para ir à escola. Gostei muito de ter voltado a estudar. Me envolvi, nesta época, com o movimento estudantil, e é bom lembrar que vivíamos em plena ditadura militar. Não era permitido, a nós estudantes, falarmos sobre política, governo, ou os dois partidos que existiam: Arena e MDB. Só restava nos envolvermos com os campeonatos internos, as festas e a feira de ciência. Até o nome das chapas que concorriam sofriam censura por parte da direção, essa situação só foi mudar no final dos manos 70, começos dos 80, com a abertura política. Imagens Google

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Um pouco mais sobre mim

Meu primeiro ano na escola não traz boas recordações, toda sala foi reprovada. Explico. O professor, sim era um professor primário, pois naquela época a profissão era reconhecida e os salários melhores, ficava namorando a mulher que nos servia os lanches. Para não deixar a sala de aula sem comando, ele colocava a filha da merendeira para passar as lições. Tivemos que refazer todo o primeiro ano, pois descobriram que não era o ele quem aplicara as aulas e as provas. Foi um martírio grande ter que repetir todos os exercícios iniciais de aprendizagem quando já estava alfabetizado. Durante todo primário fui levado para a escola no colo por minha mãe, ela me deixava na carteira onde ficava até que vinha me buscar no final da aula. Chovia ou fazia sol, grávida ou não, lá estava eu na sala junto com os outros alunos. Foi nessa época que desenvolvi continência urinária, pois não saía da classe para os intervalos e tinha que segurar a vontade de ir ao banheiro. Do segundo para o terceiro ano, mudei de escola, voltei a morar na mesma casa onde havia nascido. O diretor da escola não queria me aceitar como aluno, dizia que meu caso demandava educação especial e que não estavam preparados para receber um aluno deficiente físico. Depois de muito choro e argumentos de minha mãe (que eu não daria trabalho e que me levaria e buscaria), o diretor cedeu e pude concluir o primeiro grau.
Só voltei a estudar quatro anos depois. Neste período fui fazer tratamento médico, fiquei internado várias vezes nas Clínicas a fim de fazer cirurgias que melhorassem minha condição física. Por ser muito “arteiro” acabei desenvolvendo uma escoliose muito acentuada na coluna vertebral. Lembro que em uma tarde, quando tomava banho, minha mãe perguntou o que era “aquela bola” em minhas costas. Não soube responder e percebi que algo grave havia ocorrido comigo. Chorei muito, mas muito mesmo, pois além da paralisia infantil tinha adquirido outra deformidade.
Em outubro de 1970, logo depois do Brasil ser Campeão Mundial de futebol no México, fui internado para a grande cirurgia. Foram 75 dias de internação, a maior parte desse tempo foi para tratar de uma anemia. Enquanto esperava o dia para ser operado, passei a compreender e entender o dia a dia de uma Instituição Total, que consiste em controlar a vida dos indivíduos a ela submetidos substituindo todas as possibilidades de interação social por "alternativas" internas. Os pacientes perdem completamente sua identidade pessoal, vestem-se com um uniforme – nesse caso um avental branco aberto nas costas, os cabelos cortados semanalmente de forma igual para todos, as visitas tinham dia e horário para acontecer. Havia a ala dos homens e a ala das mulheres, em andares diferentes.
Sentia-me como Jack Nicholson no filme “Um Estranho no Ninho”. Fui chamado atenção três vezes e recebi uma advertência. Os motivos foram: promover corrida em cadeira de rodas, vestir-me de múmia usando as faixas do setor de curativos para assustar os mais novos, visitar a ala dos infectados (que era determinante proibido) e, por fim, por namorar. Edna, esse era o nome dela, foi minha primeira namorada, nos conhecemos na missa de domingo celebrada na capela do hospital, e não me contentava em vê-la só nos fins de semana, às vezes dava uma escapada e ia visitá-la em sua ala. Isso foi a gota d’água. Chamaram a minha mãe e a comunicaram que não poderia mais fazer parte do quadro de pacientes e que estava liberado para voltar pra casa. Somente com a intervenção das enfermeiras é que fui impedido de retornar pra casa mais cedo. Em dezembro sofri a cirurgia, quase trinta pontos nas costas e um colete de gesso de dois dedos de espessura. Estava momentaneamente no estaleiro. Fiquei com esse gesso durante nove meses, um parto. Com o passar do tempo quase não percebia o seu peso e o incômodo que ele causava. Coloquei os aparelhos ortopédicos e a comecei fazer fisioterapia, só que não com a frequência necessária, pois dependia de um tio que tinha carro e sua disponibilidade pra me levar ao hospital. A verdade é que não me adaptei com os aparelhos, vivia caindo e me machucando. Resolvi ser cadeirante. Estava com 16 anos, meus amigos estavam estudando e comecei a me preocupar com isso. Havia parado no primário e haveria um longo caminho pela frente, quanto mais cedo começasse mais rápido terminaria e uma das máximas lá de casa era: se com estudos já é difícil, sem ele seria impossível arrumar um bom emprego.
Agradecer a KGL pelas dicas. Imagens Google

sábado, 21 de janeiro de 2012

Quando tudo começou...

Nessa foto estava com um ano de idade, antes da Paralisia Infantil.
Esse é o primeiro texto que escrevo depois que remodelei o Blog. Tenho o objetivo de passar a vocês um pouco de minhas experiências vividas ao logo de minha vida e mostrar que mesmo portador de uma deficiência física, e cadeirante, não impediu que vivesse a vida plenamente e com toda liberdade. Por isso o novo nome do blog: Rodas da Liberdade Nasci no dia 23 de agosto de 1956. Sou o filho mais velho entre os 8 que meus pais tiveram. Meu nascimento encheu de alegria a família que estava se formando, simbolizou recomeço, pois antes do meu nascimento, minha mãe deu a luz uma menina que faleceu com meningite com seis meses de vida. Ela conta que já dava os primeiros passos sozinho em volta do berço, quando, com 13 meses de idade, fui acometido de uma gripe muito forte, com febre alta já não me mantinha em pé. Acabara de adquirir a Poliomielite, uma infecção viral, por conta dessa “gripe” fiquei internado 18 dias no Hospital das Clinicas. O diagnóstico era o da Paralisia Infantil. É importante salientar que esse poliovírus é altamente transmissível e aconteceram vários casos. As vacinas que existiam naquele momento, não eram muito eficazes, e só foi possível o combate efetivo à doença quando o Sr. Alberto Sabin desenvolveu a milagrosa gotinha. Com a perda da primeira filha e o meu diagnóstico de paralisia infantil, meus pais ficaram inconformados. Acredito que foi a partir desse momento que a relação entre meus pais começaram a se complicar. Mesmo pequeno, lembro das brigas e acusações mútuas que faziam e acredito que minha mãe tenha até hoje o sentimento de culpa com o que aconteceu comigo. O primeiro médico que me tratou, Dr. Rubens, que foi amigo da minha família durante muitos anos, me encaminhou para o HC. Os dias que fiquei internado me deixaram muito fraco, não me alimentava, só chorava. Os médicos acharam melhor que continuasse o tratamento em casa e assim foi feito. Com uma semana em casa já não corria mais risco de morte e a recuperação foi plena. Lembro pouco sobre minha primeira infância. São lapsos de memória nos quais sempre estive sentado observando o mundo ao meu redor. Quase não saía de casa, e quando saía era levado no colo por algum adulto, os destinos se referiam ao hospital ou a igreja. Às vezes, meu pai me levava no bar que freqüentava para que me divertisse um pouco assistindo televisão. Em casa sempre “andei” com a bunda no chão. A perna esquerda sobre a direita, como um quatro, me locomovia com rapidez (Mais tarde meus filhos também imitariam essa minha forma de se locomover). Até os sete anos, morei no mesmo quintal de meus avós maternos. Neste tempo podíamos brincar na rua, não era asfaltada e não passavam muitos carros. As brincadeiras, na maioria das vezes, eram as de pular corda, esconde-esconde, queima, roda, amarelinha, etc.
Quando queria brincar, eles me colocavam como café com leite – aquele que brinca, mas não é levado a sério. Nunca aceitava essa situação. Ou era pra valer ou não brincava, argumentava, discutia e acabava brincando de igual para igual, mesmo com algumas dificuldades conseguia bom desempenho. Haviam outras brincadeiras que não eram exigidos nenhum esforço físico, adorava empinar pipas por exemplo. As primeiras que brinquei foram feitas por meu pai, más logo aprendi a construir as minhas próprias, e me tornei um expert em pipas. Fazia e vendia e com o dinheiro que ganhava, muitas vezes comprei o pão e o leite pra casa. Como disse na abertura, esse é o primeiro de muitos textos que pretendo escrever contando um pouco sobre minha trajetória de vida. Então até lá....

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Natal Especial

No dia 20 de dezembro, o Jornal Diário do Comércio publicou matéria sobre as vagas exclusivas existentes nos estabelecimentos comerciais de São Paulo. Fui convidado para dar depoimento a respeito, falar das boas e más experiências vividas. Relembramos o movimento “Essa Vaga não é Sua nem por Um Segundo” e o vídeo que mostra, em um estacionamento, várias cadeiras de rodas paradas nas vagas, e quando um motorista chegava para estacionar, encontrava a mesma ocupada por uma cadeira de rodas. Algumas pessoas desciam do carro e iam checar o que estava acontecendo, pois era uma situação inusitada e deparavam com um bilhete que dizia algo assim: - Peguei uma cadeira motorizada, volto em um minuto. O vídeo mostrEssa campanha está pra completar um ano e muita água passou por baixo da ponte. Na reportagem conto que a situação já foi pior. Com as leis que foram implantadas e a discussão que se seguiram na mídia e nos blogs de relacionamento, a situação melhorou. Para a reportagem, fomos visitar o Shopping Anália Franco, percebemos que as vagas para deficientes e idosos são muito bem localizadas e todas são guardadas com cavaletes que são retirados por um funcionário especialmente treinado para lidar com as mais variadas situações. O piso é todo demarcado e o shopping é acessível. a uma senhora que perde a paciência, retira a cadeira de rodas, com uma certa raiva e estaciona. Foto Google
Neste período de festas natalinas fui a outros estabelecimentos e encontrei muita facilidades em encontrar as vagas para cadeirante. Mas nem tudo é um mar de rosas. No comércio em que as vagas são poucas, principalmente nos mercados, encontrar respeito é raro. Quando converso com essas pessoas, as respostas continuam as mesma: não vi o aviso; nem vi a pintura no chão; era para ser rapidinho e por ai vai. Espero que pro ano de 2012, consigamos que mais pessoas se tornem consciente a respeito de nossas necessidades. Foto: Arquivo Pessoal

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Um dia pra não esquecer.

Foto Google
Hoje o meu dia começou cedo. Por voltas das sete horas da manhã, caia uma chuva brava, durou pouco tempo. Esperei passar e fui “pegar” o metrô. Deus do céu, fazia tempo que não o utilizava pela manhã. A expressão “sardinha em lata” é a mais correta a ser usada. O amigo Jairo Marques, do Blog Assim como Você, vem postando vídeos mostrando as dificuldades que o povo que usa cadeira de rodas, que é o meu caso, passa para ter acesso aos meios de transporte. Não bastasse isso, o tanto que andaria para chegar à clínica a fim de me submeter ao exame de Tomografia Computadorizada. Do metrô até meu destino, tive que “andar” pela rua, pois as calçadas estavam sem condições de trafegar, ou seja, cada proprietário construiu a sua de modo a facilitar a entrada do seu automóvel. Na rua, tocava minha cadeira hora do lado direito, ora do esquerdo. Era uma subida, não tão íngreme, e enquanto pilotava a cadeira e passava pelos carros via a preocupação de alguns motoristas em manobrar e desviar, já que estava na contra mão. Foto Google
Aconteceu algo que classifico como engraçado e não foi a primeira vez: “Ao aguardar um vão entre um carro e outro pra prosseguir em minha saga, eis que um taxista para e me oferece uma moeda, digo a ele que não estava pedindo nada. Ele se desculpa e desejo um Feliz Natal.” Já na clinica, ao iniciar o exame, constato que os aparelhos usados não estão adaptados as necessidades do povo deficiente. Foi com muita calma e várias exposições que o técnico conseguiu concluir as imagens. Ao sair tomei um baita tombo, a sorte que caí de lado e só ralei um pouco meu cotovelo direito. Caí por causa de um vaso colocado de forma errada na entrada. Na saída, achei melhor sair de ré e não vi o “dito cujo”. As pessoas que estavam na clínica me ajudaram e logo estava montado em meu “cavalo” de novo. Fiz o caminho de volta sem novidades, afinal, agora era uma descida. Aproveito para mandar um Feliz Natal a todos que vierem a ler esse texto. Até.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Passeata pela Comemoração do Dia Intenacional da Pessoa com Deficiência
Este ano comemoramos os 30 anos do Ano Internacional da Pessoa Deficiente, e a Secretária dos Direitos da Pessoa com Deficiência organizou um seminário para comemorar a data, declarada pelo ONU em 1981. Dez anos depois a Organização das Nações Unidas escolheu que o dia 3 de dezembro seria o dia internacional do deficiente físico. Ao longo desses anos nossas conquistas tem sido significantes, mas ainda temos muito a caminhar para a acessibilidade total. Existem ótimas leis que precisam ser colocadas na prática, no dia a dia da pessoa com deficiência e cabe a nós fiscaliza-las. No último sábado, 3 de dezembro de 2011, estivemos em uma passeata do Movimento Superação, a 8ª edição que voltou a acontecer na Av. Paulista. Saímos da Praça Oswaldo Cruz e caminhamos até o MASP. O ano de 2011, foi também muito bom para o esporte paraolímpico, fomos campeões em Guadalajara, deixando em segundo lugar os Estados Unidos da América.

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Perfil do trabalhador com deficiência Pelo perfil do trabalhador com deficiência traçado pela Fipe/USP, esse profissional atua em atividades administrativas, financeiras, de seguros, comércio, administração pública, seguridade social, informação e comunicação. Sua presença é reduzida na indústria de transformação (6,3% ante 30,1% dos colegas sem deficiência) e na educação, com 5,7% diante 11,8%. Em relação ao nível de escolaridade, constatou-se que 41,5% têm ao menos o ensino médio. Na comparação entre os dois grupos não houve diferença significativa entre os trabalhadores com mestrado e doutorado. Se considerar o ensino superior, o grupo dos deficientes ficou um pouco abaixo de seus colegas sem deficiência: 45,3% ante 60,2%, respectivamente. Quanto à especialização, pouco mais de 11,5% fizeram alguma especialização, contra 29,9 dos trabalhadores sem deficiência. A maioria é casada ou separada, tem filhos, e costuma ser o único ou principal provedor de renda na residência. Em geral, trabalha menos horas, recebe mais benefícios e mora mais longe do trabalho – 34% deslocam-se mais de 20 quilômetros diariamente –, utilizando transporte coletivo como meio de locomoção. Entenda a Lei de Cotas A Lei Federal n° 8.213, de 24 de julho de 1991, obriga as empresas com mais de cem funcionários a preencher de 2% a 5% dos seus cargos com beneficiário reabilitado ou pessoa com deficiência. Uma empresa com 100 funcionários é obrigada a contratar dois trabalhadores com deficiência. Uma que tenha mil funcionários atinge o porcentual máximo, de 5%,e deve contratar 50 trabalhadores com deficiência. A proporção é a seguinte: De 100 até 200 funcionários 2% De 201 a 500 funcionários 3% De 501 a 1.000 funcionários 4% De 1.001 em diante 5%

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Celebração da igualdade social Há 30 anos, falar em calçada acessível, guia rebaixada, ônibus adaptados, educaçãoi nclusiva e cotas para pessoas com deficiência era utopia. O tema não fazia parte da agenda de governantes, legisladores e universidades. Até mesmo na imprensa aparecia raramente. Quando a ONU instituiu 1981 como o Ano Internacional das Pessoas Deficientes (AIPD), pela primeira vez o assunto foi discutido em termos de governo e de forma global. Hoje é possível afirmar que foi um divisor de águas. O grau de exposição foi muito grande e o movimento das pessoas com deficiência ganhou voz. Foram surgindo leis, programas de governo específicos, Conselhos Municipais e uma nova geração de profissionais – médicos, arquitetos, advogados – dedicados à busca da acessibilidade e da inclusão social. Como estopim de mudanças comportamentais e legais em relação às pessoas com deficiência, o AIPD ( Ano Internacional da Pessoa Deficiente) teve a mesma importância histórica que a Conferência ECO’92 para a questão ambiental. Lideranças históricas desse movimento em todo o Brasil estiveram reunidas em São Paulo no seminário Celebrando os 30 Anos do AIPD, para avaliar aquilo que já foi conquistado nesse período e identificar os problemas que continuam sem solução mesmo depois de três décadas. O primeiro dia do evento ocorreu dia 18-11-11, no Memorial da América Latina. Sexxa(18) e sábado (19) aconteceu no Novotel Jaraguá Convention, na Rua Martins Fontes, 71, centro. Da Agência Imprensa Oficial e da Assessoria de Imprensa da Secretaria dos Direitos da Pessoa com Deficiência
Fotos de Carlos Koyama

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

CIDADES INCLUSIVAS

A Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência e o Centro de Estudos e Pesquisas de Administração Municipal (Cepam) assinaram contrato para incentivar a elaboração dos planos municipais de acessibilidade. O objetivo é relacionar os direitos e as garantias que exigem a ação dos municípios. Todos estão estabelecidos na Convenção sobre Direitos das Pessoas com Deficiência e o seu Protocolo Facultativo, da Organização das Nações Unidas, adotada pelo Brasil em 2009. Os dados obtidos vão constar da publicação. A Convenção sobre Direitos da Pessoa com Deficiência e o Papel dos Municípios: Caminhos para a Transformação de Cidades Inclusivas. A convenção define claramente quem é a pessoa com deficiência e quais os direitos desse cidadão que não podem ser desrespeitados. Com base na convenção da ONU, a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo decretou, em 2008, a consolidação das leis que tratam da pessoa com deficiência. Promulgada pelo governador, essa consolidação garantiu que a legislação defasada fosse excluída. Agora, o que se pretende é que isso seja feito pelos municípios. A escolha do Cepam para encaminhar essa ação justifica-se pela facilidade de diálogo com os governos municipais. O presidente do órgão, Lobbe Neto, já está em atividade: “Precisamos ir para os municípios e auxiliar os gestores públicos em sua atuação para incorporar efetivamente a matéria no plano municipal, essencial para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária”, declarou. Segundo Valeriana Alves, da Coordenadoria Municipal da Pessoa com Deficiência de Mogi das Cruzes, o projeto deve estimular as cidades do interior a desenvolverem leis e políticas públicas que considerem os direitos e as garantias das pessoas com deficiência. “No interior, a questão é pouco disseminada e essa iniciativa deve fomentar nos gestores públicos a importância do desenvolvimento inclusivo.” Em defesa da dignidade. Assinado pelo Brasil e por mais 85 nações, em 2007, o tratado internacional teve a adesão de 192 países membros da ONU e entidades representantes da sociedade civil. O documento lista 50 artigos que tratam dos direitos civis, sociais, econômicos, culturais e políticos das pessoas com deficiência. O propósito ali estabelecido é “promover, proteger e assegurar o desfrute pleno e equitativo de todos os direitos humanos e liberdades fundamentais por parte de todas as pessoas com deficiência e promover o respeito pela sua inerente dignidade”. Da Assessoria de Imprensa do Cepam

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Um olhar fashion e especial

Ercéa não sabia que dali a pouco voltaria à passarela com o look que consagrou sua estilista Amanda Alves como a vencedora da noite. Mais aplausos e pedidos de repeteco. Afinal, todos queriam conferir o modelo criado pela santista Amanda, moradora de São Paulo há apenas quatro meses, exatamente na época de inscrição do concurso. A estilista fez jus ao que se costuma dizer em termos de moda ou de decoração: menos é mais. Sua modelo desfilou com uma saia azul-marinho, de renda, em três camadas, e regata branca. Um traje para diversas ocasiões. Criatividade – O detalhe ficou por conta da inscrição em braile, bordado em strass, com informações sobre o modelo, a cor e o tecido, tanto na saia como na regata. Dessa forma, explica a estudante de moda, a roupa usada por Ercéa não só facilita a escolha no guarda-roupa ou na loja, como permite a combinação com outras peças, que também deverão ter a inscrição em braile. “Fiquei anestesiada quando anunciaram meu nome como vencedora, primeiro, porque enfrentei algumas dificuldades no corre-corre da preparação do concurso”, diz a premiada que participou com dois looks (os concorrentes podiam apresentar até três trajes) e venceu 20 selecionadas. Na última hora, teve problemas com a costureira, a modelo oficial deu o ‘cano’ e uma agência indicou a Ercea. “Uma benção na minha vida”. O marido Gilson, empresário do ramo de carros adaptados para deficientes, também pôs a mão na massa. “Ele só não bordou”, brinca Amanda que pretende abrir uma grife com foco nas pessoas com problemas visuais e cadeirantes. O segundo lugar foi para Vitória Cuervo, e o terceiro ficou com Adriana Silva, premiadas com 80 e 50 metros de tecido, caixa de som para computador e bolsa para notebook, respectivamente. Já Amanda terá direito a estágio remunerado (um salário mínimo) de um mês na Vicunha Têxtil, 150 metros de tecido, caixa de som para computador e bolsa para notebook. Mundo sustentável – O objetivo do Concurso Moda Inclusiva é estimular estudantes e profissionais de moda e criar soluções que facilitam o cotidiano da pessoa com deficiência. Segundo a secretária dos Direitos da Pessoa com Deficiência, trata-se de um grande mercado, um nicho para 29 milhões de pessoas no Brasil. “O mundo sustentável é aquele em que todos estão inseridos, ninguém fica de fora. Hoje, o Brasil dá as diretrizes da moda internacional. Desfiles iguais a esse ocorrem em Piracicaba, Campinas, Belo Horizonte, Fortaleza, Goiânia, até em Moscou, todos inspirados no concurso que promovemos e que já se tornou referência”. A ideia é inserir o maior número de pessoas com deficiência no mercado de trabalho e na sociedade, estimular alunos e profissionais a se especializarem nesse segmento, de modo lúdico. Foi isso que chamou a atenção de Larissa Lehmkohl, designer de moda em Santa Catarina. “Antes, o evento era fechado só para São Paulo; quando recebi um e-mail de divulgação do concurso para participantes de outros Estados, não quis perder a chance. Foi um desafio e tanto lidar com um tipo de moda que a gente não aprende na faculdade”. Autonomia – Larissa levou à passarela modelos para criança e adolescente, usados pela garota Emanuela (Manu), de 5 anos, e Brenda Pepe, de 16 anos. Toda sorridente, a mãe de Manu, Rosiclei, dizia ter realizado o sonho de ver a filha vestida de jardineira, inteiramente adaptada para a menina, que sofre de hidrocefalia. “Jardineira tem tudo a ver com criança, e ela não usa as peças convencionais porque são complicadas”. Quase não dá para perceber que é uma jardineira de duas peças, complementada com uma luva que protege as mãos de Manu ao empurrar a cadeira de rodas. A roupa de Brenda também ganhou um charme a mais: na parte de trás, a camisa xadrez tem um bolso onde se coloca uma almofada que a livra de machucar as costas na cadeira. Ao contrário da estreante Larissa, outra estilista, Raíssa Paz, graduada em design e negócio de moda, é veterana no concurso. Participa desde o primeiro. “Hoje vou ganhar”, dizia com convicção antes de o desfile começar. Depois, posa com seus modelos Thiago Cenjor e Carolina Custódio. “Não foi desta vez, mas vou insistir, mesmo porque vou me especializar no tema que, afinal, é enriquecedor”, comenta. Descreve a roupa desenhada especialmente para eles: fechada com velcro e presilhas na altura da cintura para que Carolina possa vestir e se despir sem a ajuda de outra pessoa. Tranquila, Carolina se ajeita e pede batom vermelho para combinar com o vestido branco, sapatos e chapéu vermelho. “Estou um arraso”! Nos bastidores, a movimentação é intensa. A todo o momento um design surpreende: mangas abertas dão mobilidade e estilo, costuras das calças são feitas com linha mais fina para não machucar, velcros nas laterais das calças e camisas facilitam a abertura. E que tal uma camisa fechada por ímãs? Foi a proposta da terceira colocada Adriana, formada pela Anhembi-Morumbi. “É um jeito funcional para quem não consegue se trocar sozinho”. É o caso da modelo Diolice Silva (tetraplégica e totalmente dependente na hora de trocar a roupa) para a qual Adriana criou modelito em suedine, calça comprida e camisa fechada por ímãs e colete. “Para eles, botões não funcionam. O importante é garantir a autonomia e elevar a autoestima dessas pessoas”. Maria das Graças Leocádio Da Agência Imprensa Oficial

terça-feira, 9 de agosto de 2011

MAIS DE 1,2 MIL ATLETAS NAS PARAOLIMPÍADAS ESCOLARES


Imagem Google

Um dos maiores eventos do mundo é destinado aos alunos com deficiência física, intelectual e visual do ensino fundamental e médio
Em formato digital, o Museu de História e Arte Regional de São Luiz do Paraitinga acaba de ser inaugurado pela Universidade Estadual Paulista (Unesp). Com o objetivo de preservar e democratizar a memória local, o Museu é um dos resultados do Programa Unesp para o Desenvolvimento Sustentável de São Luiz do Paraitinga, município paulista que perdeu grande parte de seu patrimônio histórico ao ser devastado por forte enchente, no início de 2010.
Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência, em parceria com o Comitê Paraolímpico Brasileiro, a Prefeitura de São Paulo e o Comitê de Apoio ao Paradesporto do Estado de São Paulo, realiza de 27 a 30 de agosto, na cidade de São Paulo, as
Paraolimpíadas Escolares 2011. Os atletas inscritos somam 1.211 e a equipe técnica, 609, totalizando 1.831 participantes.
O número de participantes em 2011 supera a expectativa do Comitê Paraolímpico Internacional, que contava com 1,5 mil pessoas, entre atletas, técnicos e dirigentes de todo o Brasil. Segundo a secretaria, é um dos maiores eventos do mundo, envolvendo estudantes e o paradesporto.
O evento é destinado aos alunos com deficiência física, intelectual e visual, entre 12 e 19 anos, e que estejam regularmente matriculados no ensino fundamental e médio, que participam por meio de representações enviadas pelas unidades da Federação. Em 2011, foram 24 os Estados inscritos.
Serão oferecidas dez moda idades esportivas reconhecidas pelo Comitê Paraolímpico Internacional. No aspecto técnico, as Paraolimpíadas Escolares 2011 é uma das principais bases de referência para a escolha de atletas de acordo com o Planejamento Estratégico do Comitê
Paraolímpico Brasileiro, objetivando a formação da equipe nacional para os Jogos Paraolímpicos Rio 2016. A competição tem a chancela do Ministério do Esporte e também é o único evento que qualifica os alunos atletas com deficiência para o programa Bolsa Atleta na
categoria escolar. As competições das Paraolimpíadas Escolares 2011 ocorremem vários locais da cidade de São Paulo
Calendário das atividades
• 26/8 Chegada das delegações Hotel Holliday Inn
• 26/8 – 14 às 20 horas Classificação funcional Holliday Inn/Cotp/Espéria
• 27/8 – 8 às 17 horas Classificação funcional Holliday Inn/Cotp/Espéria
• 27/8 – 18 horas abertura Parque Anhembi
• 28, 29 e 30/8 – 7 às 12 horas atletismo COTP
• 28, 29 e 30/8 – 7 às 12 horas natação COTP
• 28 (14 às 22 horas),
29 (8 às 18 horas) e
30/8 (8 às 16 horas) futebol de sete Clube Espéria
• 28, 29 e 30/8 – 9 às 18 horas bocha Parque Anhembi
• 28, 29 e 30/8 – 9 às 18 horas tênis de mesa Parque Anhembi
• 28 (8 às 18 horas),
29 (8 às 18 horas) e
30/8 (8 às 13 horas) Goalball Clube Espéria
28 (8 às 18 horas),
29 (8 às 18 horas) e
30/8 (8 às 13 horas) futebol de cinco Clube Espéria
• 28, 29 e 30/8 – 14 às 18 horas Voleibol Sentado Parque Anhembi
• 28, 29 e 30/8 – 14 às 18 horas judô Clube Espéria
• 28, 29 e 30/8 – 14 às 18 horas tênis em cadeira de rodas Clube Espéria
30/8 – 19 horas jantar e encerramento Parque Anhembi
31/8 Saída das delegações.

Da Agência Imprensa Oficial e da Assessoria de
Imprensa da Secretaria dos Direitos da Pessoa
com Deficiência

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Transporte para alunos especiais







A Secretaria de Estado da Educação assinou com a Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos de São Paulo (EMTU/SP) novo termo de convênio que prevê a ampliação do Serviço Especial Conveniado(Ligado) para o transporte de alunos com autismo e deficiência locomotora matricula dosem escolas estaduais na capital e na Grande São Paulo. A iniciativa representa investimento de R$ 25 milhões da pasta e atenderá a estudantes assistidos pela Associação de
Amigos do Autista (AMA) e pela Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD),além dos que cursam o ensino regular.Hoje, o Ligado conta com uma frota de65 veículos, dos quais 39 adaptados, e atende a 415 usuários, entre alunos e acompanhantes.A ampliação será gradual. Ainda neste mês, o serviço passará a contar com 106 veículos,sendo 83 adaptados, com 995 vagas.
Ao final do primeiro semestre de 2012, a previsão é chegar a 184 vans e micro-ônibus para
o atendimento de até 1,8 mil passageiros.As novas vagas serão preenchidas prioritariamente
por alunos indicados pela Diretorias de Ensino. As escolas ou instituições devem encaminhar à respectiva Diretoria de Ensino a solicitação para o transporte destinado a esses estudantes.
O Serviço Especial Conveniado (Ligado) realiza deslocamentos expressos do tipo porta a porta. Crianças e adolescentes com deficiência mental, física ou mobilidade reduzida severa são transportados gratuitamente de suas casas até as escolas da rede estadual de ensino e às instituições como a AACD e a AMA, na Grande São Paulo.

Da Agência Imprensa Oficial e da Assessoria de
Imprensa da Secretaria de Estado da Educação