quinta-feira, 18 de junho de 2009

Uma Vitória da Lógica e da Democracia

Uma vitória da lógica e da democracia

Por Luiz Antonio Magalhães em 18/6/2009


Não é mais preciso de canudo para ser jornalista no Brasil. Em uma decisão histórica, o Supremo Tribunal Federal julgou na sessão de quarta-feira (17/06) a questão da obrigatoriedade de diploma específico para o exercício da profissão de jornalista. Foram oito votos contrários e apenas um favorável à exigência. Trata-se de uma vitória do jornalismo e da democracia brasileira, reafirmando as teses da liberdade de expressão e do livre pensamento, garantidas pela Constituição Federal.

Este observador já se manifestou sobre o assunto e sempre apoiou o fim da obrigatoriedade do diploma. Antes que alguém pergunte, cabe logo o esclarecimento: jornalista desde 1995, quem assina este texto não tem o diploma específico, é formado em História pela Universidade de São Paulo e abandonou, no terceiro ano, o curso de Administração Pública na Fundação Getulio Vargas para abraçar a profissão (opção esta que acarretou algum prejuízo material, certamente). É preciso, portanto, desde logo esclarecer que não se trata aqui de advogar em causa própria, pois ao longo desses quase 15 anos a falta de diploma jamais foi óbice para o trabalho em veículos tão diferentes quanto a Folha de S. Paulo, Correio da Cidadania, PanoramaBrasil, DCI, Valor Econômico, além, é claro, deste Observatório, desde o ano 2000.

A questão da exigência do diploma para exercício do jornalismo é na verdade até simples: a profissão de jornalista dispensa a formação universitária específica porque não existe nenhuma técnica, norma ou regra que não se possa aprender nas redações, trabalhando, ou seja, fora das salas de aula. Há diversas profissões com as mesmas características, além da de cozinheiro, citada ironicamente pelo ministro Gilmar Mendes. Publicitários, músicos, artistas, escritores são alguns assemelhados: é perfeitamente possível realizar o trabalho sem ter aprendido a teoria na escola.

Tudo que um bom jornalista precisa é de talento, curiosidade e vontade de aprender a exercer a profissão, seja na universidade ou no dia a dia de seu trabalho. E de preferência manifestar esta vontade ao longo de toda a sua vida, continuamente.

Salvo exceções, os melhores profissionais acabarão sendo os mais bem formados e para isto só há uma coisa a fazer: estudar bastante. Este observador recomendaria a um jovem que deseja ingressar na profissão que curse qualquer faculdade – pode ser Direito, Economia, Engenharia, qualquer das Ciências Humanas ou até mesmo Medicina, Química ou Matemática. Uma pós-graduação em Comunicação complementaria maravilhosamente a formação, mas isto não é uma necessidade imperiosa.

O fim da exigência do diploma acaba com uma barreira corporativista tacanha, levantada por um sindicalismo medíocre, e não significa em absoluto o fim das escolas de jornalismo. De fato, o fim da exigência não impedirá que muitos jovens continuem cursando jornalismo para ingressar na profissão. Atualmente existem excelentes faculdades de Publicidade e Marketing, embora o diploma não seja obrigatório para o exercício da profissão. Muitos profissionais que se destacam neste meio são recrutados nas universidades. Por outro lado, gente com talento especial e até sem educação formal alguma poderá exercer o jornalismo sem os constrangimentos dos defensores de um canudo que no fundo só servia para a manutenção de seus próprios feudos no meio sindical. Ou alguém imagina, em sã consciência, um sindicato dos escritores lutando pela exigência de diploma específico para a profissão de escritor; um sindicato dos atores tentando impor a frequência em escolas de arte dramática para que seus pares subam nos palcos?

É claro que a Fenaj e as faculdades privadas (ou seriam fábricas de diplomas?) não vão dar a batalha por perdida, certamente vem aí algum projeto de lei estapafúrdio como o do Conselho Federal de Jornalismo para reinventar a obrigatoriedade do diploma. Afinal, ninguém larga a rapadura assim de graça, portanto esta briga ainda vai longe, muito longe.

Tudo somado, porém, a verdade é que o STF tomou a decisão mais acertada. Não que a questão do canudo seja central na discussão sobre mídia e imprensa no país hoje, mas o fim do diploma obrigatório foi bom para o Brasil, bom para o jornalismo, bom para os leitores. O futuro vai mostrar a correção da decisão tomada em uma fria quarta-feira de junho.

Amar a pessoa errada

A Pessoa Errada


Em se falando de amor, há de se considerar essa hipótese: estamos em busca da pessoa errada, ou pelo menos, é ela que nos falta. Mas não falo de qualquer pessoa errada, não é próprio para o homem, ou para a mulher, uma infinidade de opções. A pessoa errada, aquela que lhe cabe sem risco de acerto, não está disponível em cada esquina. Ela se encontra exatamente na hora e lugar errados.

De um tropeço, de um ataque histérico ou crise alérgica deve surgir, pois ao amor que não machuca, não enlouquece ou sangra, falta o sal e o açúcar. Falta a verve incendiária e o instinto de morte, falta a falta de rumo e sobra o zelo e o tédio e as coisas banais.

Não é para qualquer um encontrar a pessoa errada, aquela que tem os defeitos exatos, as manias e as zangas perfeitamente incompatíveis. A pessoa errada que nos cabe deve nos tirar do sério, derrubar do prumo e nos explodir nas alturas do atordoamento. Deve ser incompreensível, um mistério assustador, um desencanto. Deve ser o espelho da manhã que nos denuncia as olheiras, as rugas e os maus pensamentos, e que nos ofusca, espeta qual alfinete, os olhos recém despertos.

A pessoa errada escapa entre os dedos logo cedo e volta para nos invadir os sonhos sem nenhuma educação ou cortesia. De uma imperfeição precisa, ela não tem graça, tem preço, e custa caro.

Tirado do Blog Gira-me

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Cigarros X Saúde



No caso do cigarro as transnacionais do fumo devem largamente à mídia a façanha inacreditável de ocultar a verdade durante décadas – desde os anos 1940, quando já havia nos laboratórios da indústria provas conclusivas sobre os efeitos devastadores de seu produto. Assim, toda a culpa da indústria tem de ser estendida à mídia, sua cúmplice (com as agências de propaganda), por se vender a ela. A mídia não mudou mas hoje é cúmplice envergonhada.
Desculpem a desagradável imagem acima, alusiva à data de 31 de maio - declarada em 1987, pela Organização Mundial de Saúde, o Dia Mundial Sem Tabaco. A ilustração tem sua razão. Pesquisas mostraram que imagens como essa, já tornadas obrigatórias em alguns países nos próprios maços de cigarro, são eficazes para desencorajar o fumo e pressionar fumantes a abandonar o vício.

Há outras, menos agressivas, mas sem a mesma força dissuasiva. Daí a indústria de cigarro, ao negociar acordos extra-judiciais (já firmados nos EUA com Procuradores Gerais de 46 estados), ter concordado com o pagamento de bilhões de dólares em indenização pelo custo das doenças causadas pelo fumo mas ir a extremos contra imagens nos maços para expor o efeito destruidor de seu produto.

As imagens são a verdade que a indústria obstina-se em esconder. No passado – graças à cumplicidade das agências de propaganda e, em especial, da mídia – elas eram substituídas na tela da TV e nas páginas dos jornais e revistas pelos anúncios mentirosos segundo os quais o cigarro, além de saudável, é a receita do sucesso – e traz iates, mulheres, carros de luxo, etc.

A mídia não mudou mas hoje é cúmplice envergonhada. Nem por isso a do Brasil deu qualquer atenção à data anti-fumo – que nos EUA levou o New York Times a publicar editorial vigoroso contra a ação fraudulenta da indústria, ainda obcecada em contornar proibições legais. A exceção no Brasil foi um texto do Valor Econômico a 29 de abril, traduzido de Business Week. Mostrava como a Philip Morris amplia a venda de cigarros em outros países, para compensar a perda nos EUA.

Quando a saúde está em questão
Muita gente costuma recordar até a data em que decidiu abandonar o cigarro. Para uns, claro, é bem mais difícil do que para outros. Comigo aconteceu há 40 anos, quando era editor internacional da revista Fatos e Fotos, na editora Bloch. Éramos uma equipe pequena na cozinha da redação: Cláudio Mello e Souza (diretor), Leo Schlafman, Sérgio Augusto, Paulo Perdigão, Luis Lara Resende.

Na outra sala ficava a reportagem, chefiada por Ney Bianchi. Difícil lembrar todos os nomes, mas Carlos Castilho, Hedyl Valle Júnior, José Paulo Kupfer e Margarida Autran estavam entre eles. Na redação talvez todos fumassem. Parei de fumar depois de reportagem na TV Tupi. Ali um médico pesquisador fora convincente sobre os efeitos do cigarro (podia ser só “recado” da emissora, então em declínio, à indústria, para ter mais anúncios. “Hollywood, o sucesso” era uma das campanhas – na TV, rádio, jornais, outdoors, contra-capas de revistas (como Fatos e Fotos), etc.

Como estudioso da mídia, sempre me indignou suas relações promíscuas com o anunciante. Às vezes, como no episódio da vacina obrigatória no Brasil, a mídia é leviana também por motivação política (de baixo nível), indiferente à saúde das pessoas. Naquela cobertura aliara-se ao obscurantismo, insuflando uma revolta popular, quando devia no mínimo ser informativa, esclarecedora – e responsável.

A Nestlé e a ameaça aos bebês
No caso do cigarro as transnacionais do fumo devem largamente à mídia a façanha inacreditável de ocultar a verdade durante décadas – desde os anos 1940, quando já havia nos laboratórios da indústria provas conclusivas sobre os efeitos devastadores de seu produto. Assim, toda a culpa da indústria tem de ser estendida à mídia, sua cúmplice (com as agências de propaganda), por se vender a ela.

É semelhante, na história recente, o caso da cumplicidade da mídia com a Nestlé e outras corporações do mesmo ramo, empenhadas durante décadas – e para tanto, investindo fortunas incalculáveis – em campanhas enganosas de propaganda para forçar mães no mundo inteiro a trocar a amamentação dos filhos por seus produtos prejudiciais à saúde dos bebês, já que enfraqueciam as defesas deles.

A vitória da OMS (Organização Mundial da Saúde) e do Unicef (Fundo das Nações Unidas para as Crianças) contra a Nestlé e o lobby mundial do leite em pó também foi dificultada por causa das relações promíscuas da mídia com as corporações afetadas – em troca das verbas da propaganda. Só a duras penas a Nestlé, alvo principal, recuou e admitiu mudar ao menos o caráter de seus anúncios nocivos.

Como as duas organizações do sistema da ONU são de governos (sensíveis a pressão), foi necessário ainda grande esforço de grupos não governamentais, como “Save the Children” e “International Baby Food Action Network”, alertando para o risco da troca da amamentação pela infant formula da Nestlé, que prejudica os bebês, ampliando a mortalidade infantil nos países mais pobres.

Do boicote à liberdade individual
A idéia de um boicote mundial contra produtos da Nestlé foi lançada primeiro em 1974, com um panfleto na Inglaterra (título: “The Baby Killer”, o assassino de bebês). A Nestlé ganhou, após dois anos, um processo de injúria e difamação contra os responsáveis. Mas a vitória moral foi dos réus: tanto pela pena, uma multa irrisória, como pela afirmação do próprio juiz de que a Nestlé devia, sim, mudar sua propaganda.

Depois do processo veio um grande boicote, iniciado em cinco países. Em 1978 o Senado dos EUA abriu investigação e no ano seguinte Unicef e OMS iniciaram o debate de um código com restrições à comercialização e à propaganda do leite em pó. Suspenso em 1988, quando a Nestlé aceitou relutantemente o código, o boicote foi reativado depois, devido a violações da empresa. Até hoje persiste em alguns países.

Tanto em relação à Nestlé como ao cigarro, a cumplicidade da mídia é garantida pelas relações promíscuas da indústria com veículos. Além de embolsar milhões com a propaganda, os veículos ainda suprimem notícias contrárias aos interesses da indústria. E esta, ao se estender a outra área, de alimentos, não deixa de “premiar” com anúncios destes a mídia “compreensiva” com o cigarro, proibido de anunciar.

Provado em definitivo o efeito devastador do cigarro, que leva até à morte, advogados da indústria tiraram outro coelho da cartola. Criaram grupos de defesa da “liberdade individual”: nasceu assim a imagem do fumante como suposto “libertário” em luta contra o Estado opressor, que reprime seu direito de fumar (e morrer) – sem se dar conta, claro, de estar servindo aos que faturam com seu vício, nunca à liberdade.

Copiado do Blog de Argemiro Ferreira

Copa do Brasil





Foram para a final da Copa do Brasil os dois clubes mais fortes da competição. Estou escrevendo este post antes do sorteio para saber onde será o primeiro jogo. Contínuo acreditando que o Inter será o Campeão, ainda mais se jogar com o time completo.
Ontem os dois jogos foram muito fracos, tanto o Corintians como o Intenacional jogaram com o regulamento embaixo do braço. Vamos ver uma final eletrizante, é o que espero.

terça-feira, 2 de junho de 2009

Paulo Freire





"É fundamental diminuir a distância entre o que se diz e o que se faz, de tal forma que, num dado momento, a tua fala seja a tua prática."

Paulo Freire

COPA DO BRASIL


Nesta quarta feira, 03-06-2009, conheceremos os dois finalistas da Copa do Brasil, versão 2009. Conhecida também como o caminho mais rápido para disputar a Libertadores, normalmente o ganhador desta copa fica no meio do caminho do brasileirão. Será?
Se for o Inter o campeão, duvido que deixará de brigar pelo primeiro lugar neste brasileirão. Com o Corintians a mesma coisa deve acontecer, ou seja, seus torcedores não aceitam que o time faça corpo mole. Agora Vasvo e Coritiba...bem não vejo muitas chances de chegarem a final, posso até morder a língua, más duvido.
Volto a escrever sobre este assunto na quinta-feira, dia quatro. Então até lá.

Verdão lamenta pontos perdidos no início do Brasileirão



O empate contra o Barueri manteve o Palmeiras apenas na zona intermediária do Campeonato Brasileiro: na 11ª colocação, com cinco pontos. A competição nacional ainda está no começo, mas o clima é de lamentação no Palestra Itália ao se levar em conta um outro claro vacilo.

Além da recente igualdade contra o caçula, o Palmeiras lastima o resultado da segunda rodada contra o Internacional, em Porto Alegre. O atual líder do Brasileirão atuou com um time misto durante boa parte do jogo. Mesmo assim, superou o Verdão por 2 a 0.

Agora, o Palmeiras já está sete pontos atrás do representante gaúcho. "Futebol é assim mesmo, não podemos dar moleza", queixa-se o volante Pierre, sem esconder a frustração dos pontos perdidos.

Diante do Barueri, as falhas defensivas foram as responsáveis pelo tropeço do Palmeiras, que tinha dois gols de vantagem. Com faro de artilheiro, o experiente Pedrão deixou sua marca duas vezes contra o goleiro Marcos.

"Tivemos desatenções, erros que não podem acontecer", admite Pierre, principal responsável pela marcação palmeirense no meio-de-campo. "Com todo respeito ao Barueri, deixamos escapar dois pontos", emenda.

Apesar da atuação confusa no domingo, a ordem é clara no Verdão: evitar uma desagradável caça às bruxas. "Tivemos erros coletivos, quer precisam ser corrigidos. Mas não há um único culpado", despista Pierre.

O Palmeiras espera aproveitar dois jogos em casa para iniciar uma reação no Campeonato Brasileiro. Antes da decisão nas quartas de final da Libertadores contra o Nacional, do Uruguai, os comandados do técnico Wanderley Luxemburgo pegam Vitória e Cruzeiro no Palestra Itália.
(Texto retirado da Gazeta Esportiva Net)

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Blogo do Amigo "malacabado" Jairo




No último sábado do mês de maio, 30-05-2009, estive em uma festa em que comemorávamos um ano e um mês de vida de um blog muito legal, escrito pelo amigo Jairo, da Folha de São Paulo. O nome do blog se chama "Assim Como Você", e o Jairo escreve muito bem seus pensamentos e vivências. Tem um jeito todo especial de escrever, nos chamam de "malacabados" e a grande busca do blog é ajudar na conquista do Mundo. Um dia o mundo será administrado pelos maxtrianos, a Grande Matrix irá se impor e um novo império irá surgir.
A festa foi um sucesso!

Palmeiras...Palestra...Porcada




Continuamos a jogar para o gasto. Ontem em Barueri não foi diferente, ganhando o jogo de dois a zero, com um dos gols de Obina, deixamos o time da casa empatar...e ainda por cima com um gol bizarro. O Pedrão, atacante do Barueri, estava no chão, sentado e assim mesmo o deixaram arrumar a bola e chutar para o arco de Marcos que nada pode fazer a não ser olhar a bola entra no ângulo esquerdo.
O treinador Luxenburgo, ao fim do jogo, em entrevista as redes de televisão comparou-se a Sir Ferguisson, do Time Inglês Manchester, é ou não é uma piada, e de mal gosto diga-se de passagem.