quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Brasil Paraolímpico

Imagem Google

Mundial Paraolímpico de Atletismo: por um lugar no top 10 do mundo
Brasil tem 25 atletas na Nova Zelândia e a partir desta quinta projeta pelo menos repetir Pequim/2008.

A seleção brasileira paraolímpica de atletismo já provou que gosta de fazer história em lugares bem distantes do País. Na pequena cidade de Christchurch, com 400 mil habitantes e localizada na ilha sul da Nova Zelândia, os 25 competidores que estarão no Mundial querem fazer bonito e repetir a campanha dos Jogos Paraolímpicos de Pequim, em 2008. O time projeta, ao menos, o 10.º lugar na classificação geral do esporte, mesma posição obtida há dois anos.

Mas, ao contrário do que ocorreu na China, o País pode ver mais atletas no topo do pódio. Em Pequim, os velocistas Lucas Prado e Terezinha Guilhermina dominaram os títulos nacionais. Eles competem na categoria T11, nas quais os atletas sofreram perda total de visão. Lucas ficou com três dos quatro ouros da equipe (venceu os 100 m, 200 m e 400 m) e Terezinha ganhou os 200 m. "O resultado de Pequim foi muito expressivo, mas temos condições de colocar outros atletas no alto do pódio além do Lucas e da Terezinha", garante Ciro Winckler, coordenador de atletismo do Comitê Paraolímpico Brasileiro (CPB). "Jonathan, Odair e Shirlene também são considerados favoritos para suas provas e temos outros nomes se fortalecendo."

Jonathan Santos (categoria F40 - anões), de 20 anos, foi quinto colocado no arremesso do peso em Pequim, mas esbanjou bons resultados em 2010: bateu sete recordes mundiais, no peso e no lançamento do disco. Em Christchurch, o alagoano estreará em Mundiais. Odair dos Santos (T11) e Shirlene Coelho (F37 - paralisia cerebral) sentiram o gostinho da medalha olímpica. O fundista ganhou três bronzes - nos 800 m, 5 mil e 10 mil metros. Em agosto, foi reclassificado (em Pequim competiu na categoria T12, para atletas com baixa visão) e tem ficado muito próximo dos recordes mundiais. Shirlene, por sua vez, garantiu a prata no lançamento do dardo, e também é dona da melhor marca da história na prova em sua categoria.

Lucas Prado admitiu que pretende repetir a trinca de ouro, mas também aposta em vários de seus colegas. "Vamos ter boas surpresas para o Brasil." Winckler garante que a preparação para a delegação brasileira foi a melhor possível e admite: os resultados já fazem do País um protagonista na competição. "Já começamos a ter um histórico de cobranças, a pressão será grande. Mas fizemos uma excelente preparação", aponta. "Tivemos apoio da psicóloga Regina Brandão, preparação fisiológica com a Unifesp e um trabalho específico para adaptação ao fuso."

Terceira edição. A Nova Zelândia recebe o terceiro Mundial Paraolímpico - as edições anteriores foram realizadas em Lille, na França, em 2002, e em Assen (Holanda), em 2006. As provas começam às 9 horas de sábado em horário local (18 horas desta sexta em Brasília), por causa do fuso de 15 horas. No dia 30, com a realização da maratona, que fecha a programação, terão desfilado 1.055 atletas de 79 países pela pista do Parque Olímpico Rainha Elizabeth 2.ª.

Mas, entre todos esses atletas, a principal estrela de Christchurch deve ser mesmo o sul-africano Oscar Pistorius. O velocista de 24 anos, campeão e recordista mundial dos 100 m, 200 m e 400 m na categoria T44 (amputados), é certamente o mais conhecido atleta paraolímpico do mundo. Pistorius empreendeu uma batalha judicial para ter direito a disputar a Olimpíada de Pequim entre os atletas sem deficiências. Acabou conseguindo o aval do Comitê Olímpico Internacional, mas não passou pelas seletivas de seu país.

A grande ausência é o irlandês Jason Smyth, o mais rápido paraolímpico do mundo. Competidor da categoria T13 (baixa visão), o velocista sofreu uma lesão nas costas e precisou desistir do Mundial. O atleta fez história em 2010: disputou o Campeonato Europeu de Atletismo, em Barcelona, Espanha, e conseguiu chegar às semifinais.

CONHEÇA O EVENTO

O Brasil em Mundiais
Lille (França) 2002 - 13 medalhas, com cinco ouros, quatro pratas e quatro bronzes
Assen (Holanda) 2006 - 25 medalhas, com quatro ouros, 11 pratas e 10 bronzes

Classificação funcional
Tem o objetivo de tornar justa a competição entre atletas com diferentes deficiências. O Comitê Paraolímpico Internacional (CPI) reconhece cinco categorias: paralisados cerebrais, deficientes visuais, cadeirantes, amputados e "les autres" (que não se encaixam em outras categorias). Os atletas são classificados após avaliação em três estágios: médico, funcional e técnico.

Classes
- Quanto menor o número, maior o grau de comprometimento
Provas de campo (arremessos, lançamentos e saltos)
F11 a F13 - deficientes visuais
F20 - deficientes intelectuais
F31 a F38 - Paralisados cerebrais (31 a 34 para cadeirantes e 35 a 38 para ambulantes)
F40 - anões
F41 a F46 - amputados e les autres
F51 a F58 - Competem em cadeiras (sequelas de poliomielite, lesões medulares e amputações)

A competição
O Mundial Paraolímpico de Atletismo começa hoje e vai até o dia 30, em Christchurch, Nova Zelândia, palco de sua 3ª edição. A principal estrela é o sul-africano Oscar Pistorius. O velocista de 24 anos é campeão e recordista mundial dos 100 m, 200 m e 400 m na categoria T44 (amputados)
Fonte: Estadão

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